Entre as soluções que ofereço pela Qualitéch estão a de coordenação e a de compatibilização de projetos. Ao longo de minha carreira pude ter várias e ricas oportunidades práticas e acadêmicas para aprender, aplicar e desempenhar estas atividades em projetos institucionais, corporativos, de serviços, mas principalmente, em residenciais de baixo, médio e alto padrão.
Ao longo desta trajetória que permeia diversos projetos e empresas, pude notar o quão frequente é a confusão que se faz entre o conceito de coordenação e o de compatibilização de projetos de edificações. São atividades relacionadas, mas bastante diferentes em sua essência. É de fundamental importância que tenhamos estes termos bem definidos e é sobre isto que gostaria de discorrer neste artigo.
Primeiramente precisamos entender que projeto pode ser entendido também como um processo, uma vez que pode se constituir em um conjunto de atividades inter-relacionadas que transforma dados e informações de entrada em produtos, também denominados projetos. Neste processo de projeto encontramos diversos profissionais, empresas e disciplinas envolvidos.
No processo de projeto existem fases ou etapas nas quais ocorrem marcos, entregas de produtos. Estas fases são segmentadas e definidas por diversos autores de formas diferentes, mas aqui vamos separar da seguinte forma:
A. Conceituação, viabilização, desenvolvimento e detalhamento de projetos;
B. Execução de obras;
C. Uso, operação e manutenção.
Os produtos e subprodutos gerados na fase A são também denominado projetos. O projeto final, resultado de todos os esforços anteriores, deve ser acompanhado, validado e atualizado (se necessário) nas fases seguintes, nas quais devem ser identificadas, registradas e encaminhadas, para os responsáveis pela fase A, informações relevantes a fim de se retroalimentar o processo, gerando melhorias contínuas a cada projeto, a cada empreendimento.
Compreendido o processo de projeto, seus produtos e subprodutos gerados, podemos definir a atividade de compatibilização de projetos como uma atividade cujo principal objetivo é a análise e resolução das interferências encontradas em projetos das diversas disciplinas de arquitetura e engenharia que permeiam um projeto de um empreendimento com uma ou mais edificações. Esta análise deve contar primordialmente com a experiência do profissional que realiza tal atividade, que por sua vez, pode utilizar ferramentas no dia a dia para aumentar a eficiência de seu trabalho, como listas de verificação e softwares que realizam as “clash detections” e emitem relatórios com incompatibilidades.
Já a coordenação de projetos é definida pelo professor livre docente da Escola Politécnica-USP, Silvio Burrattino Melhado, e outros autores do livro publicado em 2005 “Coordenação de projetos de edificações” da editora O Nome da Rosa, como uma atividade de suporte ao desenvolvimento do processo de projeto voltada à integração dos requisitos e das decisões, com o objetivo de fomentar a equipe de projeto e melhorar a qualidade dos produtos gerados por ela, assegurando que as soluções técnicas propostas pelas diferentes especialidades atendam as necessidades dos clientes, estejam se interagindo, compatíveis entre si e com a cultura da empresa construtora.
Desta forma podemos entender que a compatibilização está sob a responsabilidade do coordenador projetos (que pode, inclusive, terceirizar este serviço), mas os objetivos deste não se limitam a esta atividade e relacionam-se principalmente em garantir que haja fluidez na comunicação e interação entre todos os agentes, não somente na fase que denominamos neste artigo como A, mas também desta com as demais fases, atuando para minimizar conflitos nas interfaces.
É sua função garantir que o produto projeto esteja de acordo com as premissas técnicas e construtivas da empresa construtora, gerenciando seu alinhamento com orçamentos e prazos. Deve garantir que os projetos estejam de acordo com os materiais de vendas, constituídos por memoriais descritivos, imagens, perspectivas, plantas de contrato, entre outros.
Deve participar de reuniões de preparação de execução de obras para alinhamento de informações importantes com a equipe de execução e da elaboração do manual de uso, operação e manutenção, além de dar assistência às equipes de incorporação, planejamento, orçamento, suprimentos e compras, obras, assistência técnica, relacionamento com o cliente entre outros, sempre quando necessário.
O escopo de atuação de um coordenador de projetos é descrito no “Manual de Escopos de Serviços para Coordenação de Projetos” da AGESC e pode ser acessado clicando aqui.
Podemos considerar a coordenação de projetos como uma atividade de gestão técnica bastante estratégica, pois tem o potencial de propiciar economias bastante expressivas, uma vez que visa resolver inúmeros conflitos ainda na fase de projeto (na qual o papel tudo aceita) antes de se chegar à obra. Em sua essência, é focada em propiciar maior construtibilidade e em minimizar retrabalhos, geração de entulho e desperdícios nos canteiros, otimizando processos e contribuindo para uma melhor produtividade.
Um coordenador de projetos de um determinado empreendimento não necessariamente é um funcionário de uma empresa incorporadora e construtora. Ele pode fazer parte do escritório do arquiteto autor ou pode representar uma empresa terceirizada. A escolha depende da estratégia da contratante e de características intrínsecas ao próprio empreendimento.
Um coordenador de projetos deve ter conhecimento sobre legislação, normas técnicas, tecnologias construtivas, processos de produção e execução de obras, gestão da informação, disciplina, espírito de liderança “hands on”, ser atento aos detalhes e fazer acontecer a qualidade em projetos, fomentando a equipe em direção aos melhores resultados possíveis em um processo contínuo de troca de informações.
O ideal é que o coordenador de projetos comece a atuar desde a compra de terrenos, realizando a análise de riscos previsíveis e definindo o contexto de implantação de um empreendimento junto com a equipe de incorporação.
Em empreendimentos residenciais, é papel do coordenador garantir que o Perfil de Desempenho da Edificação (PDE) esteja devida e corretamente elaborado, certificando-se de que todas as informações relevantes para o desempenho de uma edificação estejam evidenciadas, documentadas e registradas na fase de projeto.
Se quiser ler mais à respeito, acesse a minha monografia apresentada no curso de especialização em MBA Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios na Poli-USP disponível aqui.
Conte comigo para coordenar e compatibilizar seus projetos! Conte com a Qualitéch!
Saudações! Até o próximo artigo!
Patricia Seiko Okamoto
Qualitéch Consultoria e Projetos LTDA
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Patricia Seiko Okamoto é arquiteta formada pela FAU-USP, especialista em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios e Mestra em Ciências com ênfase em Engenharia Civil e Urbana pela Escola Politécnica da USP. Fundadora e Diretora da Qualitéch Consultoria e Projetos LTDA.